Beatriz Costa

Há dias assim.

Todos os dias acordo com saudades de algo,alguém,uma canção, ou tão simplesmente de dar um beijo à Ana e ela , como sempre responder com um "bom dia amor,amo-te tanto".

Um destes dias acordei e tive saudades,que por acaso são recorrentes, da minha querida amiga Beatriz Costa.

Quis o destino , que eu fosse parar a um dos Restaurantes The Big Apple , na Rua Barata Salgueiro, Lisboa.Trabalhei em todos eles ,aliás.Do Sul ao Norte.

A Sra. Dona Beatriz Costa vivia no Hotel Tivoli, era um ícone do hotel...não só da nossa cultura e do nosso cancioneiro popular...

Muitas vezes, fugia à rotina das refeições ,da sua "clausura" e visitava esse restaurante, onde eu era barman.

Parava a falar comigo ,mesmo quando não almoçava e dizia-me sempre "ai miúdo,és tão giro,que se eu fosse mais nova,não me escapavas"...

O restaurante era uma sociedade do meu antigo director de Food&Beverage do Hotel Florida e the Great American Disaster , Zé Gabriel ,com um vice presidente do Sporting na altura de Jorge Gonçalves "o Bigodes" e com o "Teleculinária" Chefe Silva.

Um dia, a bela Beatriz Costa, sempre elegantemente vestida,pintada e perfumada, perguntou-me - "Filho, o que é o almoço?" , que eu respondi " Princesa , são Filetes de pescada fresca com Aconchego Saloio".

A Beatriz Costa solta uma sonora e sentida gargalhada e diz - "Ai aconchego saloio fazia-me o meu querido enquanto foi vivo ! ". e foi almoçar a outro lado, pedindo-me "diz ao teu patrão,para fazer guarnições como deve ser, o aconchego saloio é só para noites frias!"

Curvo-me perante as saudades que tenho tuas ,querida amiga.

O teu "miúdo".